terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sobre hackers, crackers, mugunzá, mingau de milho, canjica e chá-de-burro

canjica-cremosa-com-castanhasÉ muito compreensível a necessidade de se diferenciar aquele indivíduo que utiliza informações e dados com a finalidade de causar prejuízos sociais ou cometer determinados crimes, daquele que se preocupa com a necessidade de acessos e de liberdade individual ou coletiva. No wikipedia temos que o Craker é um Hacker que se dedica a fins ilícitos o que, evidentemente, está em desacordo com uma visão contemporânea destas atividades. A palavra hacker pode ser traduzida para o português como "DECIFRADOR", "ESPECIALISTA", "INVASOR", de forma bem genérica. A língua, enquanto fenômeno social, comporta as mais diversas variações, inclusive quanto ao significado de algumas palavras. Elas podem nascer com um significado, mudar, mudar de novo ou, ainda, voltar ao significado original. Os fatores da sociedade que agem para isto devem ser considerado e mesmo estudados, mas o fato em si não muda com as possíveis conclusões. De qualquer forma, como diriam as Velhas: "a gente não pode se deixar dominar pela porra do poder capitalista que domina os meios de comunicação...". Viva o Weakleaks! Viva o Transparência Hacker!

Tudo isto não tem nada a ver com uma prática discursiva tangiversa de dizer que a gente não deve aceitar ou deixar de aceitar algo que nos querem impor, num contexto em que não se busca provar o contrário. Isto é tanto óbvio que, pra mim, não existe hacker do bem; existe apenas hacker, o oposto de cracker!

Ah, sim, só não me venha dizer que mugunzá é canjica, nem que cajica é mingau de milho, porque aí sim a conversa fica séria!


http://www.recantodasletras.com.br/artigos/382345 (palavras que mudaram de significado)







    

O movimento Social no Ciberespaço

Época de férias, festa de final e início de ano... meu blog ainda não engrenou. Mas agora 2013 já está a todo vapor e nós vamos junto.

Esta semana estamos trabalhando textos do Pierre Lévy. Confesso que fiquei meio desapontado  com o primeiro, cujo título é "O Movimento Solcial da Cibercultura". Acredito que existem algumas correlações, inversões de causa e efeito e conclusões que merecem discussão, mas é um texto extremamente relevante. Vou me ater ao que mais me chamou a atenção positivamente, e o que de mais prático e tangível à nível de movimento social da cibercultura eu pude perceber. Pra mim a grande sacada do texto é quando o autor diz que "qualquer tentativa de reduzir o novo dispositivo de comunicação às formas midiáticas anteriores (esquema difusão "um-todos" de um centro emissor em direção à periferia receptora) só pode empobrecer o alcance do ciberespaço para a evolução da civilização".

O movimento da sociedade dentro do contexto do ciberespaço é uma porta que se abre para a liberdade de consciencia e de expressão, permitindo a produção polivalente de conhecimento que valoriza o indivíduo, num contexto de diversidade, em lugar da cultura produzida em escala e comprada pronta, conforme as regras das mídias tradicionais. O alerta de Lévy é importante porque as manobras destas mídias para moldarem o ciberespaço de acordo com suas convenções, limitando o escopo da atuação dos indivíduos, é uma ameaça ao pluralismo de opinião que permite construir uma sociedade com maior autoconhecimento e livre, e clama por atenção de todos nós.

Este tema toma contornos mais relevantes num contexto de nossa sociedade brasileira contemporânea no qual se discute o marco civil da Internet. A orientação desta legislação em desfavor da liberdade individual ou privilegiando os grandes conglomerados de comunicação pode representar um terrível retrocesso em relação ao que já alcançamos em termos de atuação no ciberespaço.